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Foto do escritorMulher Inspira Mulher

Leila Portela

Atualizado: 1 de abr. de 2021

Licenciada em Turismo, Pós Graduada em Gestão de Empresas Turísticas, Pós Graduada em Gestão e Organização de Eventos e Especialização em Igualdade de Género.



Tem um percurso por empresas do setor privado, ligadas ao Turismo, que lhe permitiu conhecer e ter experiência em Portugal, Cabo Verde, Espanha e Hollanda.

Em fevereiro deste ano criou a Global Women in Tourism, uma plataforma de empoderamento para mulheres que atuam na atividade turística. É a junção das duas áreas onde tem vasta experiência e atua há mais de 10 anos, com Formadora, Consultora e recentemente como Mentora e Coach.

O poder de uma mulher, está em acreditar em si própria!

Sou de São Vicente, terra de morabeza.

Cresci vendo o Monte Cara à sorrir para a avenida marginal – dizem que é onde está uma das baías mais belas do mundo, o certo é que ainda não vi outra tão bela como a minha, a nossa – Baía do Porto Grande!

Cedo aprendi, percebi que teria de acreditar em mim, apesar de todas as circunstâncias menos positivas, do ambiente que ditava caminhos tortuosos.

Os livros sempre foram meus amigos, presente no pensamento e nas ações. Procurei por pessoas que me inspirassem e encontrei amigos para toda a vida.

A infância foi bela, tenho magnificas memórias e amigos que perduram nos meus quase quatro décadas de vida. Típico de uma adolescente, tive a minha dose de rebeldia, mas sempre encontrei nos romances e na poesia, um escape para a dor que carregava. Talvez, algo muito comum na fase de metamorfose, da transformação da lagarta em borboleta. Porém foi marcante tanto pelas conquistas, como pelas feridas que por vezes o tempo teima em não sarar.

Sempre vi nos meus professores, pessoas de boa índole, exemplos a seguir, e em quase todos, um bom coração. Talvez por isso, ficou-me na memória, não pela positiva, infelizmente, o comentário maldoso de uma professora… não sei precisar, mas devia ter entre os meus 15 ou 16 anos, quando disse-me que jamais teria um 20, não era para mim! - Engraçado, consigo escutar o eco da voz dela na minha cabeça!

Em todos os momentos de dúvida, de incerteza acerca das minhas capacidades, quando as crenças limitantes conseguiram dar a volta ao meu mindset e infringir em mim o síndrome do impostor, ouvia com nitidez esse cruel comentário.

Apesar de ser uma expressão carregada de uma simbologia negativa, ao longo do meu percurso de vida, aprendi a transforma-lo em combustível, ou seja - aprendi a contrariar tudo o que estava implícito nessa frase, proferido por alguém que deveria inspirar, encorajar, direcionar e explorar o máximo potencial dos seus alunos – tornou-se na evidencia de que o que os outros pensam de mim, não tem de ditar o meu caminho e as minhas conquistas.

Felizmente, tive uma professora que me marcou imenso pela positiva, ela é e sempre foi o meu anjo da guarda!

Ela preencheu um vazio no meu coração, encheu-o de amor e preocupação genuína. Ela comunicava comigo com um simples olhar, sempre recheado de ternura. A voz dela, tal e qual uma fada, trazia uma doçura maternal tão grande, que os meus lábios rasgam-se num sorriso de orelha à orelha, sempre que penso nela. Inspirou-me e continua a inspirar-me, para ser melhor pessoa, todos os dias da minha insignificante vida.

O mar e as estrelas sempre fizeram parte de todos os cenários que concebia no meu imaginário. Via-me como uma heroína dos mais desfavorecidos, uma defensora da justiça e da igualdade entre os homens e as mulheres.

Implorei aos astros que me levassem da ilha, que me dessem a opção de escolher partir e nunca mais regressar. Com tão tenra idade, teria já derramado tantas lágrimas, por razões tão diversas, como a pobreza, à falta de oportunidade, à discriminação e o mais grave de todos, à violência gratuita contra o ser humano. O sentimento de impotência que carreguei durante largos anos, fez crescer no meu intímo, a certeza de que iria lutar pelos direitos das mulheres e meninas!

Parti para Portugal, de uma ilha para a beira interior. Do calor para o frio da Serra da Estrela, do vento gélido, de caras desconhecidas e de um futuro promissor.

Em 2007 conclui a licenciatura em Turismo, não na Covilhã, mas em Lisboa, para onde me tinha mudado - de malas e de curso - quatro anos antes.

Hoje, quase vinte anos separam, essas duas realidades.

Continuo numa busca incessante pelo conhecimento, de novas formas de apoiar e ajudar quem mais necessita. Decorre sempre no offline!

O meu percurso de vida, define de certa forma a pessoa que sou hoje, uma mulher determinada e forte, que luta com unhas, dentes e valores contra todas as adversidades que vão surgindo.

O meu percurso académico foi sofrido, doloroso e marcado por risos, choro, dor, frustração, conquistas e derrotas. Testei a minha capacidade de ser resiliente inúmeras vezes ao longo deste desfile que é a minha jornada de vida.

Sempre me permiti chorar, gritar se fosse necessário e depois seguir o meu plano. Sim, o meu plano de vida. Todas as conquistas, todo o investimento feito na minha pessoa, obedece à um plano elaborado há quase 20 anos atrás.

Sem planeamento andamos a deriva, é preciso sonhos, transformar os sonhos em objetivos e depois traçar metas e um plano de ação.

É preciso caminhar lado a lado com as pessoas certas, com as pessoas que partilham dos mesmos valores e que tenham sonhos semelhantes. O Universo tem encarregado de fazer-me esse especial favor, de trazer até mim essas pessoas.

Gostaria de realçar que o que me define, não são os títulos académicos, não são os cursos que possuo, tão pouco os países por onde viajei, nem as empresas e instituições onde colaborei. O mais importante é uma junção de forças, entre saber de onde eu vim, o que passei e onde irei chegar. Fazem parte deste saco, os meus valores, a minha personalidade, a minha determinação e resiliência.

Após anos trabalhando com as duas áreas que eu adoro, o turismo e o género, mas de forma separada, recentemente criei o projeto Global Women in Tourism e iniciei o desafio de uma vida.

Não é uma área usual, aliás poucos entendem a relação entre o género e o turismo, entre o poder feminino e o desenvolvimento económico. As mulheres geram vidas. As mulheres cuidam, produzem, são essenciais em qualquer sociedade. É urgente alcançarmos a igualdade de género, É urgente erradicarmos todo e qualquer tipo de violência contra as mulheres. É urgente gritarmos em uníssono, em uma só voz, Basta de tanta desigualdade contra o feminino!

Sou uma mulher que aprende todos os dias, e todos os dias reinvento-me, adapto-me às circunstâncias. Há sempre um denominador comum, eu acredito na minha pessoa!

Tu que estás a ler isto, e chegaste ao fim, obrigada!

Só te peço, Acredite em ti, és o teu maior exemplo, a tua maior derrota e a tua maior conquista!

Founder da Global Women in Tourism

Projetos e Consultoria em Turismo e Género

Formadora em Igualdade de Género e Turismo

Consultoria em Turismo de eventos de negócios

Mentora e Coach de Mulheres no Turismo

Criadora do Projeto de Responsabilidade Social “Eu vou, eu dou, eu recebi” – viagens de solidariedade social.

Voluntária das Aldeias Infantis SOS Cabo Verde

Apoio à Mulheres Vitimas de Violência Doméstica

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