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Quais as consequências do divórcio junto dos filhos? Qual o impacto?




Quais as consequências do divórcio junto dos filhos? Qual o impacto da separação no rendimento académico? Será que o divórcio tem consequências irreparáveis junto das crianças? Responder a estas questões é extraordinariamente difícil porque não há divórcio, há divórcios.


No que se refere ao divórcio, tal como na maioria das problemáticas, cada caso é um caso, porque cada situação tem as suas especificidades. Mais importante do que perguntar “Quais as consequências do divórcio?” é questionar “O que poderei fazer para minimizar as consequências deste junto dos mais novos?


O divórcio tem sido descrito como um acontecimento stressante para as famílias, uma vez que implica uma série de mudanças e ajustamentos na vida dos pais e das crianças. Tal como qualquer momento de transição desenvolvimental, a separação implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade.


Quando a literatura refere que os filhos de pais divorciados apresentam pior realização académica, baixo autoconceito, maior dificuldade de relacionamento social e de relacionamento com os pais, o que é que isso significa? Significa que o divórcio é, em si, um fenómeno profundamente negativo, ou denota que há fatores que medeiam e condicionam profundamente a forma como o divórcio é vivido por pais e filhos? Pode, efetivamente, haver fatores facilitadores do ajustamento da criança ao divórcio, e é nestes que qualquer pai ou mãe e deve centrar, se estiver a viver essa situação.


Os fatores que de seguida serão referidos não serão facilmente aplicáveis por pais cuja vida pós-casamento se transformou numa guerrilha em que o importante é abater o inimigo, esquecendo tudo o que está à volta, inclusivamente os filhos. Nunca as crianças poderão ter uma boa adaptação ao divórcio se os pais derem primazia à sua frustração e desejo de vingança, esquecendo o interesse superior da criança.

Consequências de um divórcio para a criança

Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito interparental antes e após a separação são dimensões muito associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.


Frequentemente, o divórcio traz consigo uma diminuição significativa da segurança financeira, o que, geralmente, se traduz numa diminuição do bem-estar em várias áreas da vida da criança com consequências no seu sucesso académico. Acontece a criança ser obrigada a mudar de escola e ter menos oportunidades em termos educacionais.


Por outro lado, o divórcio obriga muitas vezes a um aumento do número de horas de trabalho dos pais, de forma a aumentar os rendimentos, o que dificulta o seu envolvimento nas atividades escolares dos filhos, pois o tempo disponível torna-se mais diminuto.


Os piores resultados escolares decorrem também do facto de o acompanhamento da vida escolar dos filhos ficar, na maioria das vezes, unicamente à responsabilidade do progenitor que ficou com a guarda. Este, por sua vez, já está sobrecarregado com muitas outras responsabilidades acrescidas e não pode dar o acompanhamento desejável.


O temperamento e a idade da criança são também fatores importantes quando pensamos no ajustamento ao divórcio. Crianças com temperamento fácil, boas capacidades cognitivas e autoestima positiva, autónomas e responsáveis, adaptam-se mais facilmente às mudanças que a separação impõe. Embora não se possa afirmar que o divórcio tenha maior impacto numa dada idade, o que se constata é que quanto mais elevado e integrado é o nível de desenvolvimento da criança, melhor é adaptação à separação.

E qual o papel dos pais, então?

Pais que se ajustam ao divórcio sem a presença de sintomatologia psicopatológica, que assumem um estilo parental democrático, que se envolvem conjuntamente na educação, cuidados e tomada de decisões relativamente ao futuro dos filhos (coparentalidade cooperativa), que mantêm como prioridade o bem-estar destes, no contexto de uma relação assente na cooperação e respeito, estão certamente a dar um contributo fundamental para o bem-estar social e emocional da criança.


Pelo contrário, pais que se envolvem em lutas judiciais intermináveis sobre a regulação do poder parental ou que, não tendo a guarda dos filhos, mantêm uma atitude de grande distância em relação a estes, apenas contribuem para a sua desadaptação.


Face ao exposto, poder-se-á concluir que, embora não se possa negar que os filhos de pais divorciados estão expostos a um risco acrescido, na verdade, o fim da relação conjugal não significa desajustamento crónico, dado que muitos pais adotam medidas que ajudam as crianças a lidar bem com o divórcio. Estas acabam por não apresentar problemas emocionais e comportamentais muito prolongados no tempo.


O filho deve ser sempre a prioridade dos pais.

É dever dos pais, educar, proteger e cuidar dos seus filhos.


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